Como prometido anteriormente, a nossa postagem de estreia na coluna EcoEducar traz um breve histórico da Educação ambiental, que pode ser acompanhado abaixo.
Vamos ao início: tudo começou com um livro, "Primavera Silenciosa", da jornalista Rachel Carson, que relatou uma sequência de catástrofes ambientais, ocorridas por conta do processo civilizatório. O livro foi considerado o ponta-pé inicial para o início das discussões sobre a temática ambiental.
A partir do livro, ocorreu em 1965, a Conferência de Keele, na Grã-Bretanha, onde os conferencistas julgaram imprescindível a inclusão da dimensão ambiental na escola, surgindo, pela primeira vez, o termo Educação Ambiental (EA). E cinco anos após (1970), levando em base a Conferência de Keele, foi criado um manual para professores, abordando EA, chamado de "Um lugar para viver".
Em 1972, a Conferência da ONU em Estocolmo (Suécia) foi a primeira a incorporar na agenda política internacional, a temática do meio ambiente ligada ao crescimento econômico e à sustentabilidade.
Porém, a primeira conferência que tratava exclusivamente sobre Educação Ambiental, só veio ocorrer em 1975, em Belgrado (Iugoslávia), onde foram formulados princípios e orientações para um programa internacional de EA, gerando a Carta de Belgrado.
Em 1997, com a finalidade de fortalecer e atualizar a Carta de Belgrado, houve a Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, em Tbilisi (Geórgia), onde foram feitas algumas alterações ao documento de Belgrado.
Em 1992, ocorreu, no Rio de Janeiro (Brasil), a ECO92 (também conhecida como RIO92, ou ainda como Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD), onde foi criado um dos mais conhecidos documentos a favor do meio ambiente: A Carta da Terra. E também foram discutidas metodologias para a inclusão da educação ambiental nas escolas do Brasil.
Mas, diferente de como muitos pensam, a educação ambiental no Brasil surgiu muito antes da ECO92. Em 1970, no nosso país, se fundava a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, precursora de movimentos ambientalistas.
Durante o Regime Militar (Déc. 60/70), a EA sofreu um entrave, já que o sistema militar não a considerava como prioridade, muito pelo contrário, achavam que a Educação Ambiental era um obstáculo à consolidação da "ideologia nacional".
O processo de institucionalização da educação ambiental no governo federal brasileiro só veio iniciar em 1973, com a criação da SEMA - Secretaria Especial do Meio Ambiente. Desde então, a educação ambiental "ganhou espaço" (apesar dessa afirmação ser meio controversa, já que é muito pequeno o número de instituições que ministram aulas relacionadas a EA), e foram criados vários outros órgãos ambientais do governo, tanto em âmbito nacional (como o MMA - Ministério do Meio Ambiente), quanto em âmbito estadual e municipal (como as superintendências e secretarias de meio ambiente).
Fonte: Scribd